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Coluna Econômica - 22/05/2009
Muitas vezes se fala em investimento, poupança, pecúlio para a aposentadoria mas, em geral, há pouca sensibilidade para os efeitos dos juros e da poupança em relação aos benefícios futuros.
Vamos a alguns exemplos para perceber como, para prazos longos, os menores movimentos e valores afetam os resultados.
Mudando o valor poupado
Situação 1 – alguém que consegue poupar R$ 500,00 por mês durante 120 meses. Depois, pretende sacar mensalmente uma quantia que lhe garanta 120 meses de benefícios. Levando em conta apenas os juros da poupança (6, 17% ao ano), conseguiria tirar R$ 904,00 por mês pelos 120 meses seguintes.
Situação 2 – se aumentar a poupança para R$ 600,00, poderá sacar R$ 1.084,00 mensais.
Mudando os juros
Situação 3 – agora, imagine que os juros aumentem para 8% ao ano. O valor do benefício subirá de R$ 904,00 para R$ 1.073,00 no primeiro exemplo; e de R$ 1.084,00 para R$ 1.287,00 no segundo exemplo.
Situação 4 – compare o que aconteceu nesses períodos de taxas de juros absurdamente elevadas. A 15% ao ano, o valor do primeiro benefício saltaria de R$ 904,00 para R$ 2.000,00. O do segundo, de R$ R$ 1.084,00 para 2.399,00.
Repare que, nesses anos todos, tungou-se os aposentados do INSS, reduzindo os benefícios para poder atender aos investidores em títulos públicos. Pelos valores envolvidos, dá para se ter uma ideia da lambança que ocorreu nesses anos todos com dinheiro público.
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Mudando os prazos
Agora, confira que absurdo. Suponha alguém que tenha contribuído 35 anos para a Previdência. Começou aos 20, aposentou-se aos 55. Depois, teve mais 25 anos aposentado. Para cada R$ 100,00 de contribuição, capitalizado a 6,15% ao ano, teria direito a R$ 908,00 de benefícios.
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A Previdência brasileira é pelo sistema de solidariedade e repartição. Ou seja, o valor que as pessoas contribuem, hoje, servem para bancar os direitos dos que contribuíram no passado.
Em todo início de sistema, quem contribui é maioria. Com o tempo, as pessoas vão envelhecendo, aumenta o contingente dos aposentados e a contribuição dos que estão na ativa não dá mais conta. Caso tivesse havido a capitalização, os juros acumulados bancariam a diferença.
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No início dos anos 90, um grupo de pessoas – entre as quais me incluía – tentou convencer sucessivos governos a utilizar os recursos da privatização para equacionar o déficit da Previdência. O desafio consistia em acumular um saldo que garantisse os direitos adquiridos de quem já estava contribuindo, permitindo optar pelo sistema. Haveria um desafogo da previdência oficial, permitindo garantir o conjunto dos contribuintes remanescentes.
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Na época, sugeria-se que fossem criados títulos da dívida social, que o governo trocaria por direitos ou dos contribuintes da Previdência ou dos optantes do FGTS, ou ainda do PIS-Pasep. Com esses títulos, seriam constituídos fundos que participariam do processo da privatização. Haveria a democratização do capital.
Foi em vão. Os interesses de grupos ligados aos esquemas de poder falaram mais forte.
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