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Coluna Econômica - 05/05/2009
Um dos pontos chave para saber de que forma o país sairá da crise é o desempenho da balança comercial. Nos tempos de bonança para o comércio mundial, o câmbio impediu o aumento das exportações de manufaturados. O saldo comercial dependeu da explosão do consumo e das cotações de commodities.
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As primeiras avaliações do IEDI (Instituto de Estudos de Desenvolvimento Industrial) não são otimistas.
Nos primeiros seis meses de crise – de outubro de 2008 a março de 2009 - , o déficit de produtos manufaturados passou de US$ 9,8 bilhões (12 meses antes) para US$ 17,6 bilhões. Dois anos antes, estava em apenas US$ 1,7 bilhões, comprovando o papel deletério da apreciação cambial. Como a trajetória já era de queda, não se pode dizer que a crise tenha desempenhado papel adicional.
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A desvalorização cambial melhorou a competitividade dos manufaturados brasileiros; a recessão global reduziu o mercado.
Segundo o IEDI, praticamente todos os setores de manufatura pioraram no período, com exceção do setor de maquinaria-eletroeletrônico. Neste, o déficit caiu. A razão é ser um setor muito importador, que foi afetado pela produção doméstica de bens como aparelhos celulares e equipamentos de informática.
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Para contrabalançar esse dado pessimista, nos últimos meses está havendo uma gradativa melhora nas cotações de commodities – inclusive de petróleo – devido à China. De um lado, a China precisa de insumos para garantir seus planos de investimento interno.
De outro, há uma estratégia clara de sua parte. Aproveita, agora, que os preços estão baixos para uma superestocagem dos principais commodities. Quando o mercado internacional se aquecer, o fato de dispor de estoques consideráveis lhe dará um ganho adicional nas negociações com os fornecedores.
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Dados do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) registram aumento de 76% nas exportações para a China – graças, principalmente, a minério de ferro, produtos siderúrgicos, soja em grão e celulose.
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Com esses dados, a China ultrapassou os Estados Unidos como principal comprador de produtos brasileiros, com US$ 2,2 bilhões em abril, contra US$ 1,3 bi dos EUA, US$ 820 milhões da Argentina.
Esse aumento acontece em um trimestre – janeiro-março – em que as exportações brasileiras registraram queda de 19% em relação ao mesmo período de 2008.
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Com a balança comercial recuperando os saldos – embora com queda significativa do comércio exterior como um todo -, com os juros do Banco Central e com as perspectiva de nova rodada de apreciação do real, o capital especulativo volta ao país.
Ontem, o dólar caiu mais de 2%, a R$ 2,131, menor cotação desde 5 de novembro.
A infindável fraqueza de Lula para contraditar o BC poderá gerar mais uma rodada de apreciação, jogando fora a possibilidade do país sair fortalecido dessa rodada de crise global.
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