terça-feira, 30 de junho de 2009

Honduras: Um golpe singular

Viva a democracia. Meu repúdio a este golpe militar em Honduras.

 
 

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Isso é "primeira vez como tragédia, segunda como farsa" e enésima como patético-grotesco para Marx nenhum botar defeito: não me lembro, em toda a história da América Latina, de um governo golpista que, na sua 36&deg hora, já havia sido condenado por OEA e ONU, ainda não fora reconhecido por nenhum país e mesmo assim continuasse no poder. Desta vez não se cumpriu o script mais frequente, de reconhecimento pelo menos por parte dos EUA. Faz mais de um dia e meio que os golpistas de Honduras, a ponta de baionetas, arrancaram de casa o presidente constitucional Manuel Zelaya para enfiá-lo num avião rumo à Costa Rica. Neste período, a Organização das Nações Unidas, a Organização dos Estados Americanos, a União Européia, os EUA, o Itamaraty e o Sistema de Integração Centro-Americana já condenaram o golpe e afirmaram inequivocamente que Zelaya é o presidente legítimo.

Mas ao longo do dia o gorilismo golpista hondurenho continuava prendendo jornalistas, invadindo rádios, confiscando passaportes, promovendo um verdadeiro blecaute midiático e distribuindo porrada em Tegucigalpa e no interior. Apesar do isolamento, dos protestos populares e dos batalhões do exército que o desobedecem, o governo golpista continua lá. Amanhã, o presidente constitucional, Manuel Zelaya, faz discurso na ONU. Sua volta ao país está anunciada para quinta-feira. Ancorado em enorme apoio internacional. Zelaya mandou recado de que é pra galera voltar aos quartéis.

Os países da Alba, da América Central, o México e o Chile já retiraram suas representações diplomáticas de Honduras. O Itamaraty também reteve no Brasil o seu embaixador. Entre as inauditas singularidades do golpe hondurenho, algumas merecem nota. Ele levou um presidente americano em exercício a dizer, em referência a golpes latino-americanos: The US has not always stood as it should with some of these fledgling democracies, coisa rara se não inédita. Levou Calderón, do México, a sentar-se com Chávez e falar a mesma língua do venezuelano. Expôs a venalidade da grande mídia a tal ponto que o jornalão colaborava com o golpismo enquanto seu perfil fake traduzia com mais fidelidade o espírito das ruas e da resistência ao golpe.

Honduras tem o PIB per capita mais baixo da América Central. É menos de um terço do costa-riquenho. 70% dos hondurenhos vivem na pobreza:

cuadroindicadores.jpg(fonte)

Há material fotográfico no El País e em coleções pessoais. Veja as imagens dos assustados soldados vigiando o Congresso

honduras-congreso.jpg


e, segundo o fotógrafo, de populares recordando-lhes que eles vêm do povo:

honduras-pueblo.jpg


Diga-se o que quiser de Hugo Chávez, mas não houve veículo de mídia mais importante neste processo que a TeleSur. Sua valente jornalista Adriana Sívori transmitiu ao mundo, por celular, a voz de prisão dada a ela e o protesto digno que ela enfiou na cara do general. Já não tinham como sequestrá-la: foi um daqueles momentos históricos em que a tecnologia e a coragem podem ter se juntado para salvar uma vida, quiçá mais de uma. Tem valido a pena também seguir a 100Noticias. A Rádio Es lo de menos tem sido heroica. No Twitter, as tags são #Honduras e #crisishn. Na grande mídia brasileira, a cobertura é um desastre – não vale a pena comentá-la.

PS 1: Será que o blogueiro Ricardo Noblat já foi avisado de que, na "carta de renúncia" falsificada de Zelaya, que ele "noticiou" (citando como fonte .... o ex-blog do César Maia!), os golpistas se esqueceram até mesmo de atualizar a data para que ela ficasse correta?




PS 2: Confirmado, finalmente, para o dia 01 de julho, às 18 horas, no Auditório da Associação Brasileira de Imprensa, o Ato Público carioca contra o AI-5 Digital de Azeredo.


 
 

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sábado, 27 de junho de 2009

Desdobramentos do Blog da Petrobras

 
 

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via Luis Nassif by luisnassif on 6/27/09

Alguns desdobramentos inevitáveis do Blog da Petrobras - que, aliás, ocorreriam mesmo sem o Blog:

1. Os jornais terão que reaprender a fazer jornalismo, sob pena de terem suas matérias permanentemente questionadas por um circuito cada vez mais amplo de Blogs e sites.

2. Rompe-se o corporativismo e o fechamento da Petrobras. A partir do Blog, não poderá mais haver pergunta sem resposta. E essa tendência se espraiará por outras empresas e organizações.

3. A imprensa não poderá mais recorrer impunemente a dossiês, quebras de sigilo fiscal e outras práticas do submundo político e policial. A iniciativa da Petrobras de cobrar judicialmente explicações sobre a quebra de sigilo fiscal de seus diretores rompe definitivamente com o medo que paralisava empresas e pessoas alvos dessas operações. Os jornais serão cada vez mais questionados sobre a origem de suas informações. Como contrapartida à maior transparência das empresas, terão que ser cada vez mais transparentes. A questão do sigilo de fonte terá que ser revista para aquilo que se aplica mesmo: informações relevantes para o país.

4. Acaba definitivamente o monopólio do jornalista na intermediação da notícia. Hoje em dia tem-se a hipocrisia de assessorias de imprensa cada vez maiores, enviando releases que são publicados como se fosse apuração do veículo. Daqui para frente, cada vez mais empresas, associações, ONGs etc serão geradoras de notícia, que terão tanta (ou maior) credibilidade quanto as notícias jornalísticas. Essa nova modalidade exigirá de todos esses grupos a capacidade de gerar notícias tecnicamente bem feitas - o que abrirá um novo mercado de trabalho para os jornalistas.


 
 

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quinta-feira, 25 de junho de 2009

2009 WCOOP: Final schedule released

Saiu a agenda do WCOOP!!!

 
 

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via PokerStars Poker Blog by Simon Young on 6/25/09

ps_news_thn.jpgWhen we revealed a tentative schedule for this year's WCOOP series, we asked for feedback so we could tweak it to make sure it is the best possible for our players.

Thanks to your excellent response, our poker room management have worked hard over the last few days to take your suggestions on board. And here is the result... the full, official schedule for the 2009 WCOOP!

Thursday, September 3rd
14:30 ET -- $215 NL Hold'em (6-max), $1,250,000 guaranteed
16:30 ET -- $215 Razz, $200,000 guaranteed

Friday, September 4th
14:30 ET -- $215 PL Omaha (6-max), $500,000 guaranteed
16:30 ET -- $215 NL Single Draw 2-7 w/rebuys, $200,000 guaranteed
20:00 ET -- $109 8-Game (10-minute levels), $50,000 guaranteed

Saturday, September 5th
12:45 ET -- $109 NL Hold'em, $1,000,000 guaranteed
14:30 ET -- $215 PL 5-Card Draw, $200,000 guaranteed
16:30 ET -- $215 FL Hold'em, $400,000 guaranteed

Sunday, September 6th
12:45 ET -- $215 NL Hold'em, $1,000,000 guaranteed
14:30 ET -- $10,300 NL Hold'em [High Roller], $2,000,000 guaranteed
16:30 ET -- $530 NL Hold'em (2-day), $3,000,000 guaranteed

Monday, September 7th
14:30 ET -- $215 NL Hold'em (4-max), $500,000 guaranteed
16:30 ET -- $320 7-Card Stud, $150,000 guaranteed

Tuesday, September 8th
14:30 ET -- $320 Mixed Hold'em (6-max), $300,000 guaranteed
16:30 ET -- $320 FL Badugi, $100,000 guaranteed
20:00 ET -- $1,050 NL Hold'em, $500,000 guaranteed

Wednesday, September 9th
14:30 ET -- $530 NL Hold'em Triple Shootout (10-max), $500,000 guaranteed
16:30 ET -- $320 8-Game, $300,000 guaranteed

Thursday, September 10th
14:30 ET -- $320 PL Omaha (6-max, 1R1A), $400,000 guaranteed
16:30 ET -- $320 FL Triple Draw 2-7, $100,000 guaranteed

Friday, September 11th
14:30 ET -- $215 NL Hold'em w/rebuys, $1,250,000 guaranteed
16:30 ET -- $530 FL Omaha Hi/Lo, $400,000 guaranteed
20:00 ET -- $320 NL Hold'em (10-minute levels), $300,000 guaranteed

Saturday, September 12th
14:30 ET -- $530 NL Hold'em (Heads-Up Match Play), $1,000,000 guaranteed
16:30 ET -- $320 H.O.R.S.E., $400,000 guaranteed

Sunday, September 13th
12:45 ET -- $215 NL Hold'em, $1,000,000 guaranteed
14:30 ET -- $25,500 NL Hold'em (High Roller Match Play), $800,000 guaranteed
16:30 ET -- $1,050 NL Hold'em (2-day), $3,000,000 guaranteed

Monday, September 14th
14:30 ET -- $320 Mixed (PL Hold'em, PL Omaha), $400,000 guaranteed
16:30 ET -- $320 NL Hold'em (2X Chance), $600,000 guaranteed

Tuesday, September 15th
14:30 ET -- $320 PL Omaha w/rebuys (6-max), $700,000 guaranteed
16:30 ET -- $530 7-Card Stud Hi/Lo, $200,000 guaranteed
20:00 ET -- $1,050 NL Hold'em, $500,000 guaranteed

Wednesday, September 16th
14:30 ET -- $215 NL Hold'em (big antes), $500,000 guaranteed
16:30 ET -- $320 PL Omaha Hi/Lo, $500,000 guaranteed

Thursday, September 17th
14:30 ET -- $530 NL Hold'em w/rebuys (6-max), $1,000,000 guaranteed
16:30 ET -- $2,100 PL Omaha (6-max), $600,000 guaranteed

Friday, September 18th
14:30 ET -- $530 NL Hold'em (1R1A), $1,000,000 guaranteed
16:30 ET -- $1,050 FL Hold'em (6-max), $400,000 guaranteed
20:00 ET -- $215 NL Omaha Hi/Lo (10-minute levels), $200,000 guaranteed

Saturday, September 19th
14:30 ET -- $530 PL Omaha (Heads-Up Match Play), $250,000 guaranteed
16:30 ET -- $2,100 8-Game, $350,000 guaranteed

Sunday, September 20th
12:45 ET -- $215 NL Hold'em, $1,000,000 guaranteed
14:30 ET -- $10,300 H.O.R.S.E. (High Roller), $1,000,000 guaranteed
16:30 ET -- $5,200 NL Hold'em Main Event (2-day), $10,000,000 guaranteed

Total guaranteed prize pool: $40,000,000


 
 

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quarta-feira, 24 de junho de 2009

O plano de vôo chinês e a falta de rumo brasileira

A china dando exemplo ao Brasil...

 
 

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via Luis Nassif by luisnassif on 6/24/09

Clique aqui para um conjunto de matérias sobre a China, mostrando a dinâmica comum a todo país a caminho de se tornar superpotência.

A lógica chinesa é muito clara:

1. Restrição às exportações de insumos e toda ênfase para a exportação de produtos acabados.

2. Restrição à importação de bens e equipamentos nas compras públicas.

3. Restrições à venda interna de produtos audiovisuais de outros países.

4. Apoio total às exportações de acabados, tendo como principais alavancas o câmbio depreciado e o financiamento na venda de equipamentos.

Posto isto, vamos às notícias de hoje sobre o tema:

1. Uma notícia fala dos Estados Unidos e União Europeia entrando na OMC (Organização Mundial do Comércio) contra a decisão da China de proibir exportação de insumos.

2. Decisão da OMC dando ganho de causa aos Estados Unidos em uma ação contra as restrições à venda de produtos audiovisuais na China.

3. A China aumentando substancialmente as exportações de máquinas e equipamentos para o Brasil, em um período em que a indústria nacional está sofrendo quedas de 40% com a crise global e interna.

4. A ineficácia dos planos de política industrial anunciados no ano passado e superados pela crise. Vem aí novo pacote, tudo para contornar o nó da questão: a política cambial.

Com todos os avanços registrados, o Brasil continua um país sem plano de vôo, sem clareza sobre os fatores que levam ao desenvolvimento, submisso a uma política cambial e monetária deletérias.


 
 

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Uma decisão absurda

Decisões chocantes de um país chocante...

 
 

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via Luis Nassif by luisnassif on 6/24/09

Atualização importante

Do Estadão

STJ absolve 2 por pagar prostitutas adolescentes

Mariângela Gallucci

Em uma decisão polêmica, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) concluiu que não comete exploração sexual quem contrata prostitutas menores de idade. Os ministros da 5ª Turma rejeitaram a possibilidade de acusar dois clientes que pagaram para fazer sexo com adolescentes e confirmaram decisão do Tribunal de Justiça (TJ) de Mato Grosso do Sul, que já os havia absolvido.

Os réus foram acusados de contratar os serviços de três garotas de programa que estavam num ponto de ônibus. O TJ rejeitou a acusação de exploração sexual, alegando que as adolescentes já eram prostitutas conhecidas. De acordo com a decisão, a responsabilidade penal dos acusados seria grave se eles tivessem iniciado as meninas na prostituição. O caso chegou ao STJ porque o Ministério Público recorreu. O MP argumentou que o fato de as meninas serem prostitutas não exclui exploração sexual. Para o STJ, o cliente "ocasional", que contrata uma adolescente que já é prostituta, não pode ser acusado de submetê-la à prostituição ou à exploração sexual.

Comentário

É incompreensível essa decisão do STJ. Tem-se um mercado criminoso, a exploração de menores de idade. Esse mercado tem duas pontas: os aliciadores e os consumidores. Ao contrário da droga - na qual os consumidores podem ser considerados dependentes e tendem a prejudicar apenas a si mesmo - sexo com crianças é considerado crime.

O tratamento dado a esses consumidores é um estímulo a essa deformação, torna menos arriscado o comércio. Afinal, como identificar quem foi o responsável pela prostituição das crianças? A prória existência desse mercado tornará mais difícil a recuperação dessas crianças.

Por Nélio Schneider
Ver explicação jurídica de Túlio Vianna. A tipificação do crime está errada e a notícia foi deturpada.

Do Blog do Tulio Vianna

STJ não disse que "não é crime pagar por sexo com menores de idade"

Quando a assessoria de imprensa do STJ noticiou que cliente ocasional de prostituta não viola artigo 244-A do Estatuto da Criança , eu cantei a bola no Twitter aqui e ali:

Este é um dos muitos exemplos de como jornalista escreve bobagem em matéria jurídica. O que o STJ deve ter decidido é que só pratica o 244-A o cafetão que submete as meninas à prostituição. O cliente pode ser enquadrado eventualmente em outros crimes.

Demorou um pouco, mas hoje O Globo me solta essa:  STJ diz que não é crime pagar por sexo com menores de idade e revolta juízes e promotores . Zero Hora também afirma que: STJ diz não ser crime pagar por sexo com adolescentes .

A cobertura midiátidca das decisões dos tribunais é patética. Eles não têm a menor idéia sobre o que estão escrevendo.

Vejam como a notícia original foi deturpada. A manchete original estava correta: de fato, o STJ decidiu que o cliente ocasional da prostituta adolescente não viola o art.244-a do ECA. Só que o STJ NÃO disse que os clientes não poderiam ser condenados por OUTROS crimes. Quem inventou esta informação foram os jornalistas com diploma de O Globo e Zero Hora.

Leiam comigo o art.244-a do Estatuto da Criança e do Adolescente:

Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais definidos no caput do art. 2o desta Lei, à prostituição ou à exploração sexual:

Pena – reclusão de quatro a dez anos, e multa.

Está claro pela simples leitura do artigo que quem pratica esse crime não é o cliente, mas o cafetão que explora as crianças e adolescentes.

O STJ absolveu corretamente por estes crimes, mas em momento algum afirmou que quem pratica relação sexual com crianças e adolescentes não pratica outro crime. Uma interpretação como esta só poderia partir de alguém que não tem a menor idéia sobre o que está escrevendo.

Quem pratica relação sexual com criança ou adolescente menor de 14 anos pode ser condenado por crime de estupro. Isso mesmo: estupro!

Vejam o que diz o art.224 do Código Penal:

Art. 224 – Presume-se a violência, se a vítima:

a) não é maior de catorze anos;

b) é alienada ou débil mental, e o agente conhecia esta circunstância;

c) não pode, por qualquer outra causa, oferecer resistência.

O Código Penal presume o dissenso em relações sexuais com menores de 14 anos e o STF tem entendido que esta presunção é absoluta. Conclusão: manter relação sexual com criança ou adolescente menor de 14 anos não é punível com o crime do art.244-a do ECA, mas com o art.213 c/c art.224 do Código Penal. Pena mínima mais grave, inclusive.

Quanto à relação sexual com adolescente maior de 14 anos, normalmente ela é lícita. Nem poderia ser de outra forma, nos tempos atuais, em que os adolescentes iniciam sua vida sexual cada vez mais cedo. Punir a relação sexual com adolescentes entre 14 e 18 anos seria uma ingerência absurda do Estado na liberdade sexual destes adolescentes que têm o direito a iniciar sua vida sexual quando julgarem mais adequado.

Evidentemente, porém, que, se as meninas estão sendo forçadas a se prostituírem e os clientes sabem disso, eles podem responder pelo crime de estupro, pois há emprego de coação para obrigá-las à prática das relações sexuais.

Aqui, porém, há um detalhe processual que não poderia ter sido superado pelo STJ: se alguém é denunciado em primeira instância pelo crime do art.244-a, não pode já na fase do recurso especial no STJ, ser condenado pelo crime do art.213, pois isto implicaria em uma condenação por crime distinto do qual foi denunciado, o que seria uma afronta ao direito constitucional à ampla defesa e ao contraditório.

É por isso que os réus da notícia foram absolvidos. Da próxima vez, o Ministério Público deve denunciar por estupro (art.213 c/c art.225 do CP) e demonstrar que o cliente sabia que as meninas só estavam praticando sexo com eles, pois estavam sendo coagidas por um cafetão. Não tenho dúvidas que, nesta hipótese, o STJ irá condenar os tais clientes por estupro.


 
 

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O negócio dos ônibus municipais

Entenda o autismo do desgoverno de são paulo....

 
 

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via Luis Nassif by luisnassif on 6/24/09

Por Fabio

NASSIF ,

vale a pena repercutir a nova proposta da administração KASSAB em proibir a circulação de ônibus fretados de passageiros pelo centro de São Paulo, sob a alegação de poluição.

Veja que a alegação para justificar o ato é de poluição e não de melhoria do trânsito.

De qualquer forma qualquer uma das duas é absurda :

- se é por causa da poluição , existe instrumentos para exigir que os ônibus sejam vistoriados e cumpram os padrões exigidos de emissão de poluentes ;

- por causa do trânsito seria mais difícil ainda de justificar, visto que os ônibus fretados que transportam mais de 50 pessoas cada um em ida e volta de seus trabalhos todos os dias, são capazez de tirar quantos carros da rua ?

Que interesses lobbistas estarão por trás disso ? Assunto bem pouco comentado pela mídia!!!
Estimule seus leitores a comentarem e logo saberemos……….

Mais uma hipocrisia desse fulano……… divulgou o salário dos funcionários da prefeitura no site em nome da transparência, mas o mesmo não fez em relação aos contratos de licitação. Agora alega que tem que tirar os ônibus fretados, que beneficiam mais de 200 mil pessoas, em nome da poluição. E o trânsito e milhares de carros que retornarão às ruas como consequência dessas medidas, não aumentará a poluição mais ainda? Ninguém pensou nisso………

Vá lá NASSIF, acorde o pessoal para mais essa canalhice……… só você mesmo………

VEJAM A NOTÍCIA : http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2009/06/23/sindicato+e+usuarios+de+fretados+marcam+protesto+nesta+terca+feira+6896957.html

" No início do mês, um pacote de mudanças climáticas foi votado pela Câmara Municipal com a autorização para o Executivo editar, em portaria, regras específicas para os 5.674 ônibus fretados autorizados a circular em São Paulo.

Usados por 283 mil pessoas da Grande São Paulo e de cidades vizinhas como Jundiaí e Santos, os fretados ainda não possuem restrições de circulação. "

Por Luis Armidoro

Minha esposa trabalha no Centro Empresarial e utiliza o ônibus fretado (ela e mais um monte de gente). Ela me diz que:

1 - primeiro, proibiram os ônibus de parar nos pontos (em alguns pontos, não em todos), para pegar os passageiros. Começaram a parar me frente a padarias, praças, etc - piorando o trânsito

2 - depois, obrigaram os ônibus a seguir rotas pré-estabelecidas - saturando corredores de trafego já congestionados.

3 - Finalmente, mentem, ao afirmar que a lei visa melhorar a poluição. Como disse Fábio:

* não há inspeção veicular?

* a CET não fiscaliza as condições de circulação dos ônibus e a CETESB não avalia a descarga de poluição de cada um?

* porque, antes de se proibir, não se leva transporte público de qualidade (metrô, porque corredor de ônibus é uma fantasia, porque a velocidade de um cara a pé é maior que a destes ônibus)

* Será que é melhor enfiar mais uns 100.000 carros por dia neste inferno que é SP?

* Porque não há Metrô chegando a locais com fluxo intenso de passageiros, como o Centro Empresarial e o Aeroporto? A Linha Roxa (de vergonha) do Metrô não conta, porque está desconectada das outras três redes

Sinceramente, espero que a empresa avalie a opção em se mudar para o interior e dar um pé nesta anti-cidade (gastar 4 horas de sua vida por dia para se deslocar para ir trabalhar é um escândalo). Serra e seu boneco de ventriloquo propõem uma asneira desta´s porque se deslocam de helicóptero. Até eu quero ver o inferno de longe


 
 

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terça-feira, 23 de junho de 2009

O preconceito contra os filhos

E tem gente que acha que não existe preconceito contra os negros no Brasil.

 
 

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via Luis Nassif by luisnassif on 6/23/09

De Ruy

Sou branco. Minha mulher é branca. Adotamos 3 crianças negras. Ninguém é capaz de imaginar as situações pelas quais passamos. Só quem as viveu, conscientemente, pode avaliar.

Quando entramos na fila de adoção, a assistente social (negra) tentou nos dissuadir da idéia de adotarmos crianças negras, alegando que "isso não dá certo".

Na padaria do bairro (chiquezinha) se as crianças corressem na frente (frequentemente vestindo o uniforme da escola), logo eram barradas pelo segurança (precisei dar alguns "esporros" até que parassem com isso).

Voltando de férias da Bahia, avião com overbooking; o atendente da cia. aérea nos colocou num canto, de pé, ao lado da cabine do piloto. Várias pessoas (todas brancas) entravam e nós esperando. Perdi a paciência e juntei o sujeito pelo colarinho. "Tá me achando com cara de palhaço?". Os lugares apareceram milagrosamente.

Na livraria do aeroporto a mulher à minha frente, na fila do caixa, protege a bolsa quando minha filha se aproxima (minha filha é linda e estava vestida como uma bonequinha, laço de fita no cabelo e tudo mais). Pensei: vale a pena estragar a viagem prá discutir com essa idiota? Deixei prá lá.

Festa de aniversário no kartódromo. Fila de meninos para entrar nos carros. Deixo meu filho na fila e vou fazer outra coisa. Volto meia hora depois e ele ainda está na fila. Pergunto: o que houve? Ele: vários meninos entraram e o tio manda eu esperar. Olho pro "Tio" e ameaço: se ele não entrar na próxima, chamo a polícia. Rapidinho aparece um kart.

Na escola (classe média alta, mensalidade cara), qualquer encrenca envolvendo vários meninos, logo sobrava para os "pretinhos". Chamei o diretor às falas, ameacei processar e levar o assunto para a mídia. Resultado: a perseguição aberta cessou, mas nasceu a perseguição institucional (na prova de matemática, ainda que todos os cálculos estivessem corretos, perdiam pontos por erros de português). Troquei de escola e adotei definitivamente o estilo low profile.

Desisti? Não! Apenas decidi criar meus filhos para saberem driblar tais situações. Estudem mais, sejam os melhores da classe, comportem-se mais que seus colegas, sejam mais educados, enfim, tenham mais paciência que seu pai. Provem para vocês mesmos que são os melhores, não pelo fato de serem negros (e nem apesar de serem negros) Sejam melhores, pelo prazer de serem melhores, por méritos próprios. E só!

E se, no futuro, nosso país não tiver passado por uma mudança radical, que lhes permita viver em paz, que tenham estudado o bastante para encontrar uma vida melhor em qualquer outro lugar do mundo, onde as pessoas sejam valorizadas por seus dotes e qualidades, não importando a cor ou a origem. E onde haja menos idiotas. Em todos os sentidos.

P.S.: eu vivo repetindo: cachorro pode ter raça; gato pode ter raça; gente pode, no máximo, ter cor diferente. Raça? Somos todos da RAÇA HUMANA (ainda que muita gente se esforce para me convencer do contrário)!!!

Por Giovani Blumenau SC

Caro Ruy, sou gaúcho, também tenho um filho adotado chamado Lucas e eventualmente passo por algumas situações, só que em menor número. Apesar de morar em Blumenau, cidade de origem alemã, as pessoas apesar do estereótipo à que os descendentes foram submetidos por vezes me dão exemplos que provam que muitas vezes o preconceito não vem da raça, credo ou fator sócio-econômico. Inúmeras vezes eu imagino que certas situações poderão vir a ser constrangedoras e um décimo de segundo depois vejo que pessoas de todas as faixas etárias, inclusive as mais vividas lidam melhor com essa situação do que eu mesmo pois descubro tolerância, inclusão e doçura, por isso tento me policiar para não entornar o caldo antes do verdadeiro stress, pois meu pavio é meio curto. Por vezes minha esposa que é branca passa no caixa de um supermercado e as meninas imaginam e até sondam pra saber se o pai é moreninho, quando ela diz que não e não desenvolve o assunto logo então apareço e as caras ficam vermelhinhas, mas acho engraçado e levo no meu escasso humor eh eh eh.

Vamos resolvendo um pepino de cada vez e alguns eles mesmos vão forjando ferramentas para tocar em frente. Mando uma foto pelo Nassif para conhecer nosso mineirinho, que é de lá que ele veio (Vale do Jequitinhonha).


 
 

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segunda-feira, 22 de junho de 2009

O fluxograma da escandalização

Como funciona nossa imprensa....

 
 

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via Luis Nassif by luisnassif on 6/22/09

Do Blog Quanto Tempo Dura

Como funciona a imprensa brasileira (clique com o botão esquerdo do mouse para ampliar).


 
 

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O racismo no Brasil

Entenda como funciona o racismo na Brasil...

 
 

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via Luis Nassif by luisnassif on 6/22/09

Por Daniel Nascimento

Quer dizer que não existe racismo no Brasil?

Olá Nassif, escrevo muito pouco mas sempre leio com atenção teu site, entre outros que são fora do mainstream da mídia brasileira.

Percebo que passou, sem muita atenção ou mesmo desapercebido, notícia da revista Época da semana passada: clique aqui.

"Então é verdade, no Brasil é duro ser negro?"

A mais importante atriz de Moçambique diz ter sofrido discriminação racial em São Paulo

Fazia tempo que eu não sentia tanta vergonha. Terminava a entrevista com a bela Lucrécia Paco, a maior atriz moçambicana, no início da tarde desta sexta-feira, 19/6, quando fiz aquela pergunta clássica, que sempre parece obrigatória quando entrevistamos algum negro no Brasil ou fora dele. "Você já sofreu discriminação por ser negra?". Eu imaginava que sim. Afinal, Lucrécia nasceu antes da independência de Moçambique e viaja com suas peças teatrais pelo mundo inteiro. Eu só não imaginava a resposta: "Sim. Ontem".

Lucrécia falou com ênfase. E com dor. "Aqui?", eu perguntei, num tom mais alto que o habitual. "Sim, no Shopping Paulista, quando estava na fila da casa de câmbio trocando meus últimos dólares", contou. "Como assim?", perguntei, sentindo meu rosto ficar vermelho.

Ela estava na fila da casa de câmbio, quando a mulher da frente, branca, loira, se virou para ela: "Ai, minha bolsa", apertando a bolsa contra o corpo. Lucrécia levou um susto. Ela estava longe, pensando na timbila, um instrumento tradicional moçambicano, semelhante a um xilofone, que a acompanha na peça que estreará nesta sexta-feira e ainda não havia chegado a São Paulo. Imaginou que havia encostado, sem querer, na bolsa da mulher. "Desculpa, eu nem percebi", disse.

A mulher tornou-se ainda mais agressiva. "Ah, agora diz que tocou sem querer?", ironizou. "Pois eu vou chamar os seguranças, vou chamar a polícia de imigração." Lucrécia conta que se sentiu muito humilhada, que parecia que a estavam despindo diante de todos. Mas reagiu. "Pois a senhora saiba que eu não sou imigrante. Nem quero ser. E saiba também que os brasileiros estão chegando aos milhares para trabalhar nas obras de Moçambique e nós os recebemos de braços abertos."

A mulher continuou resmungando. Um segurança apareceu na porta. Lucrécia trocou seus dólares e foi embora. Mal, muito mal. Seus colegas moçambicanos, que a esperavam do lado de fora, disseram que era para esquecer. Nenhum deles sabia que no Brasil o racismo é crime inafiançável. Como poderiam?

Lucrécia não consegue esquecer. "Não pude dormir à noite, fiquei muito mal", diz. "Comecei a ficar paranoica, a ver sinais de discriminação no restaurante, em todo o lugar que ia. E eu não quero isso pra mim." Em seus 39 anos de vida dura, num país que foi colônia portuguesa até 1975 e, depois, devastado por 20 anos de guerra civil, Lucrécia nunca tinha passado por nada assim. "Eu nunca fui discriminada dessa maneira", diz. "Dá uma dor na gente. "

Ela veio ao Brasil a convite do Itaú Cultural, que realiza até 26 de junho, em São Paulo, o Antídoto - Seminário Internacional de Ações Culturais em Zonas de Conflito. Lucrécia apresentará de hoje a domingo (19 a 22/6), sempre às 20h, a peça Mulher Asfalto. Nela, interpreta uma prostituta que, diante de seu corpo violado de todas as formas, só tem a palavra para se manter viva.

Lucrécia e o autor do texto, Alain-Kamal Martial, estavam em Madagáscar, em 2005, quando assistiram, impotentes, uma prostituta ser brutalmente espancada por um policial nas ruas da capital, Antananarivo. A mulher caía no chão e se levantava. Caía de novo e mais uma vez se levantava. Caía e se levantava sem deixar de falar. Isso se repetiu até que nem mesmo eles puderam continuar assistindo. "Era a palavra que a fazia levantar", diz Lucrécia. "Sua voz a manteve viva." Foi assim que surgiu o texto, como uma forma de romper a impotência e levar aquela voz simbólica para os palcos do mundo.

Mais tarde, em 2007, Lucrécia montou o atual espetáculo quando uma quadrilha de traficantes de meninas foi desbaratada em Moçambique. Eles sequestravam crianças e as levavam à África do Sul. Uma menina morreu depois de ser violada de todas as maneiras com uma chave de fenda. Lucrécia sentiu-se novamente confrontada. E montou o Mulher Asfalto.

Não poderia imaginar que também ela se sentiria violada e impotente, quase sem voz, diante da cliente de um shopping em um outro continente, na cidade mais rica e moderna do Brasil. Nesta manhã de sexta-feira, Lucrécia estava abatida, esquecendo palavras. Trocou o horário da entrevista, depois errou o local. Lucrécia não está bem. E vai precisar de toda a sua voz - e de todas as palavras - para encarnar sua personagem nesta noite de estréia.

"Fiquei pensando", me disse. "Será que então é verdade? Que no Brasil é difícil ser negro? Que a vida é muito dura para um preto no Brasil?" Eu fiquei muda. A vergonha arrancou a minha voz.

Agora escrevo novamente: e o diretor de jornalismo da referida organização que publica a revista ainda tem a cara de pau de dizer que não existe racismo no Brasil? Após ler a matéria, fiquei tão mal quanto a repórter se diz. Sinto falta de uma repercussão maior do assunto para que o debate sobre racismo, cotas, etc, se aprofunde e nossa hipocrisia sobre o tema diminua.


 
 

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terça-feira, 16 de junho de 2009

First look: PokerStars leaks tentative 2009 WCOOP schedule

Vem aí a Wcoop da Poker stars ....Eu adoro poker...

 
 

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via PokerStars Poker Blog by Brad Willis on 6/16/09

ps_news_thn.jpgHold onto your shorts, folks. Holding? Okay. Here you go.

Forty million bucks guaranteed over 42 events.

That's the first word we're getting on the 2009 World Championship of Online Poker.

It probably comes as no surprise that the people who plan WCOOP just don't whip up a schedule in a couple of days in September. In fact, they're working on it right now. What's more, they want you to have a look at it before they start writing things in ink.

That's right. PokerStars wants to hear from you as it plans for the biggest online poker series in the world.

We have just been handed the tentative 2009 WCOOP schedule. Rather than sit here and love on it ourselves, we thought we'd put it in front of you as quickly as possible. So, here it is.

The PokerStars WCOOP team is ready for your feedback. You can send your comments directly to wcoop@pokerstars.com. There will also undoubtedly be an ongoing forum discussion in the MTT community on the poker forum Two Plus Two. PokerStars routinely engages in conversations in an effort to give players their role in creating the best tournament series around.


 
 

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Rodrigo Vianna e racismo:´Estadão´ queria alguém contra as cotas, errou na f...

Sou totalmente a favor das cotas para negros.

 
 

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Racismo: ´Estadão´ queria alguém contra as cotas, mas errou na fonte; gringo defendeu cotas e Cuba por Rodrigo Vianna, em Escrevinhador Parte da elite brasileira detesta essa história de cotas. Há um jornalista, à frente da Redação da TV Globo, que jura não haver racismo no Bras... [...]

 
 

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segunda-feira, 15 de junho de 2009

Os bolsistas do Prouni

Entenda o quão importante é o PROUNI

 
 

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via Luis Nassif by luisnassif on 6/15/09

Por JB Costa

Da Folha Online

BOLSISTA TEM NOTA IGUAL OU MAIOR QUE PAGANTE

Que manchete gostosa! É de lavar a alma! Deve(ria) ser motivo de alegria e orgulho para todos nós brasileiros.

Mas aí vem um tal de Simon Schwartzman, sociólogo, presidente do Instituto de Estudos de Sociedade e Trabalho, para sugerir duas HIPÓTESES para explicar o inaceitável para alguns: Primeira: INDICARIA que os bolsistas tem nível sócioeconômico superior ao de seus colegas, o que mostraria que a focalização do programa não está sendo eficiente. Segunda: como há uma nota mínima no ENEM para pleitear a bolsa, ficam de fora os alunos de nível menor que ingressariam, sem ProUNI, em cursos menos disputados.

Ora meu caro professor: as suas duas hipóteses, com o devido respeito, são uma porcaria. Nota-se um esforço danado do sr. para desqualificar a proeza. Essas ilações exalam um cheirinho de preconceito, de elitismo,de falsidade intelectual/ideológica das brabas!

Comentário

Simon Schwartzman foi presidente do IBGE e é um pesquisador respeitado. Mas suas hipóteses são de cabo-de-esquadra, vítimas do mau uso da focalização (a escola que propõe que as verbas públicas sejam focalizadas nos mais necessitados).

Tem-se uma massa de candidatos ao Prouni. Os candidatos à Bolsa sofrem uma restrição: não podem ter renda acima de determinado limite.

O que é mais crível:

1. A maioria dos candidatos do Prouni burlou as restrições. Ou seja, não apenas os de melhor nível econômico foram maioria como os fraudadores foram maioria.

2. A maioria dos candidatos, por necessitados, valoriza muito mais a oportunidade do que aqueles com menos problema financeiro.

Simon quis sofisticar uma conclusão óbvia e falou tolice. Não precisa ter doutorado em sociologia para constatar o óbvio: quem precisa mais, valoriza mais o estudo.

A própria Unicamp pesquisou as notas dos alunos egressos de escola pública e constatou que, passado o período em que tiravam o atraso em relação aos demais colegas, na média tiravam melhores notas.


 
 

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A análise econômica hipócrita

Nassif desconstruindo brilhantemente os discursos economicos...

 
 

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via Luis Nassif by luisnassif on 6/15/09

Tenho um conhecido, médico e músico nas horas vagas, por apelido "Melhoral". Qualquer problema do paciente, de angústia a infarto, melhoral.
O Melhoral do economista Raul Velloso é o aumento do superávit fiscal.

Nesses anos todos, o país acumulou superávits primários fortíssimos, cortando recursos de investimentos, saúde, educação para servir os juros – altíssimos.

Velloso jamais deblaterou contra os juros. Em uma apresentação sobre as contas públicas, no Conselho de Economia da FIESP, falou de Previdência, Bolsa Família, funcionalismo. Nenhuma palavra sobre juros. Indaguei a razão. Disse simplesmente que não fazia parte do escopo do trabalho que preparara.

Quando estourou a crise, sem discurso, saiu a criticar o aumento de gastos do governos e a propor mais rigor fiscal - em plena crise, propondo políticas pró-cíclicas!

Agora, no Estadão de hoje, propõe um "plano de investimentos",

Falta um plano de investimentos

(…) Foram três as principais vertentes desses choques favoráveis: forte crescimento da demanda mundial por nossos principais produtos de exportação, forte subida dos preços dessas exportações e inundação do País por capitais externos. Diante disso a taxa de câmbio caiu, barateando as importações (especialmente de máquinas e equipamentos), a produção interna aumentou significativamente, as reservas internacionais deram um salto inédito, enquanto as empresas, apoiadas pelo expressivo ingresso de recursos externos, podiam financiar seus crescentes investimentos em condições bem mais favoráveis. Era uma reedição do nosso velho conhecido modelo de empuxo econômico externo que tantas vezes esteve presente no passado e que muitos esperavam que agora durasse para sempre.

Muitos, quem? Ele, Raul Velloso, e outros muitos.

As receitas públicas cresceram acima do PIB, viabilizando maiores superávits fiscais e reduzindo a razão dívida-PIB sistematicamente, mesmo com os gastos correntes crescendo além da conta. Paralelamente, a dívida externa pública denominada em dólares, líquida das reservas internacionais, se transformava em crédito externo líquido, um milagre.

Ou seja, o lado fiscal funcionou a contento.

(…) Estimular o consumo interno pela via fiscal, como se está fazendo, é pouco para criar essa motivação. Os juros vão continuar caindo, mas isso também parece insuficiente.

É pouco? Meses atrás ele condenava vigorosamente qualquer aumento de gastos públicos ou redução de juros. Agora, diz que foram insuficientes.

Abre-se uma grande oportunidade para repensarmos tudo isso. Apesar da maior queda do índice de produção industrial desde o início dos anos 90 (que demonstra a forte intensidade do impacto inicial da crise no Brasil), temos a vantagem de não precisar fazer, como os países desenvolvidos, grandes ajustes no sistema financeiro e nas poupanças individuais. Nem enfrentar problemas de solvência pública ou de balanço de pagamentos com o exterior, como fazíamos há bem pouco tempo, ou como vários países emergentes estão enfrentando agora. Falta, sem dúvida, controlar os gastos públicos correntes. Mas se não tivéssemos avançado o quanto avançamos, aí, sim, estaríamos mal.

Falta o quê, sem os principais indicadores de solvência estão sob controle.

Na verdade, é preciso investir pesado (setor privado especialmente) para o País voltar a crescer a 4,5% ao ano, ou um pouco mais. Sem as mesmas perspectivas que havia nos últimos anos, os empresários estarão reticentes, até que novas fagulhas reacendam o fogo do novo ciclo de crescimento econômico. Cabe necessariamente ao setor público como um todo (União, Estados, municípios e empresas estatais) liderar o processo, pois só ele tem condições de preencher a lacuna existente, ainda que o momento político não seja dos mais apropriados.

A condições essencial, portanto, é o investimento público – que puxa o privado. Justamente o contrário do que ele dizia pouquíssimo tempo atrás.

O instrumento básico que precisa ser apresentado à sociedade é um verdadeiro plano de expansão do setor de infraestrutura, especialmente de transportes e energia, além de outras indústrias básicas. Para esse fim, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é apenas um ponto de partida.  É preciso algo bem mais articulado, com diagnóstico básico e proposta de solução.

Nesses anos todos, qual a proposta do Raul Velloso para esse plano articulado, se foi um dos pilares do discurso único de que bastaria a severidade fiscal para o restante vir por osmose?

Dadas as novas metas de crescimento econômico, quanto é preciso investir nesses setores? De que forma? Quais as participações dos setores público e privado? Do financiamento público e do privado? É algo na linha do que já se fez no passado (2º Plano Nacional de Desenvolvimento), embora em condições completamente diferentes.

Fantástico! O homem que reduzia toda a ação de governo ao mero ajuste fiscal e política monetária restritiva, de repente vira um planejador desenvolvimentista.

(…) Resta a decepção com a falta do dever de casa que deveria ter sido feito nos anos de bonança. Deveríamos ter praticado política fiscal anticíclica, ou seja, economizado mais recursos para poder usá-los rapidamente agora, e preparado um verdadeiro banco de projetos e ações relevantes para pôr em prática rapidamente em momentos críticos como o atual.

No mesmo dia em que o jornal anuncia investimentos de R$ 500 bi, fundamentalmente da área pública, e que os gastos públicos seguram a peteca da crise, Velloso volta ao seu mantra. Poderia ser melhor. Hipócrita! No início da crise era o sujeito que gritava contra o aumento dos gastos públicos e propunha mais aperto fiscal.

*Raul Velloso é consultor econômico


 
 

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domingo, 14 de junho de 2009

O caso do investigador processado

Exigir competência de quem ganha 500 mirréis por mês, mas um sinal de competência do governo de São Paulo, o resto é desgoverno! rsrs

 
 

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via Luis Nassif by luisnassif on 6/14/09

No ano passado estourou o escândalo da Polícia Civil de São Paulo. Só depois do escândalo o governo do Estado tomou a decisão de afastar o Secretário e o Subsecretário.

Antes disso, quando a corrupção corria solta, houve amplo processo de repressão a quem ousasse apontar falhas na Polícia Civil. Delegados foram afastados, blogs de policiais proibidos e investigadores processados por qualquer crítica que fizessem à corporação, com amplo endosse do governo do Estado.

Recebo, agora, por Twitter, um desses absurdos, que me foi enviado pela vítima, investigador Roger Franchini.

O episódio foi decorrência de artigo de Luciano Huck, na Folha, a respeito do furto do seu relógio Rolex (os trechos colados foram retirados do inquérito):

Indignado com o artigo, o investigador Roger de Jesus Constante Franchini mandou uma carta para a Folha:

A Polícia Civil foi agilíssima, nesse caso, e abriu um inquérito admnistrativo contra o investigador, acusando-o de "denegrir a imagem da Polícia Civil."

A própria Promotora do caso pediu seu arquivamento, alegando:


 
 

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sexta-feira, 12 de junho de 2009

E o caos no controle aéreo?

 
 

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via Luis Nassif by luisnassif on 6/12/09

Por weden

Da série: Uai, sô, não era o pior?

Havia caos nos aeroportos? Sim. Falta de regramento na ação das empresas aéreas? Sim. Havia problemas na ação da ANAC? Sim. Havia problemas com o controle aéreo brasileiro? Sim…. Epa. Não.

O caos aéreo, na verdade, era terrestre.

O caos aéreo foi vendido pela grande imprensa como a extrema insegurança no espaço aéreo brasileiro.
Mas…No final de maio, numa avaliação envolvendo 127 países, o Brasil foi considerado o quinto mais seguro, atrás apenas da minúscula Coréia, da mediana França, e dos gigantes Canadá e EUA. Mas à frente por exemplo do Japão e da Alemanha ou Grã_Bretanha.

O terror, o medo, o pânico em relação à segurança no voo do Brasil foram instalados pela imprensa, em troca de quê? Quem deve ser responsabilizado por tamanha insensatez?

Confronte a avaliação (?) da Veja sobre o controle aéreo no Brasil e leia abaixo a notícia sobre a boa nota recebida pelo país. Verá que alguém mentia, mas não pegará pelo pânico instaurado.

A "avaliação da Veja".

(Março de 2007)

Os equipamentos utilizados no controle do tráfego aéreo no Brasil são confiáveis?

Não. Os problemas começam nas comunicações por rádio. O Brasil tem mais de cinqüenta freqüências de rádio para a comunicação entre os centros de controle em terra e os aviões. No Cindacta 1, por exemplo, nenhuma das freqüências funciona com 100% de clareza o tempo inteiro. O trecho entre Brasília e Manaus possui "áreas de silêncio", em que as comunicações de voz ficam inoperantes por até quinze minutos. Além disso os radares têm zonas cegas. Mesmo na área do Cindacta 4, que utiliza a rede do Sistema de Vigilância da Amazônia, o Sivam, de custo estimado em 1,4 bilhão de dólares, há zonas na região amazônica em que os radares não conseguem detectar os aviões no céu. Como se não bastasse, os aeroportos são deficientes.

Segundo especialistas, a avaliação de um aeroporto é feita com base em três itens: pista, pátio de estacionamento de aeronaves e terminal de passageiros. Nove dos vinte maiores aeroportos brasileiros, que concentram 90% dos vôos no país, têm problemas graves em um ou mais desses quesito

MAS

Brasil aparece em quinto em segurança aérea
(vários)

A segurança da aviação civil no Brasil teve a 5ª melhor nota entre os países do G20 - grupo das sete economias mais desenvolvidas do mundo e dos principais emergentes - que já passaram pela auditoria da Organização de Aviação Civil Internacional (Icao, na sigla em inglês). A rigorosa inspeção, realizada entre os dias 4 e 15 deste mês, foi a primeira desde a crise aérea, em 2006/2007. Os 87,3 pontos obtidos pelo País - atribuídos pelo atendimento às regras de conformidade com as normas da Icao - colocaram a aviação civil nacional atrás apenas da Coreia do Sul, do Canadá, da França e dos Estados Unidos. Foram auditadas 124 nações. Até 2010 a Icao espera avaliar ter avaliado 190 países.

A meta da instituição é verificar o grau de adequação do setor às recomendações de segurança de voo e de operações em terra. O leque é amplo. Cobre desde o manejo de passageiros nos aeroportos até as regras para resgate de acidentados, recursos eletrônicos disponíveis e o domínio de idiomas pelos operadores. A inspeção não tem caráter punitivo, serve apenas para ajudar a identificar problemas e incentivar os países a corrigi-los.

Ao longo de 12 dias, os oito emissários da Icao avaliaram o funcionamento da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea). Segundo fontes da Icao ouvidas ontem pelo Estado, as organizações militares - Cenipa e Decea - obtiveram as melhores notas.

Os serviços de navegação aérea do Decea foram considerados 95% de acordo com as expectativas, resultado melhor que o obtido isoladamente por Estados Unidos, Alemanha, Itália, Austrália e França. O desalinhamento de 5% envolve a fluência em inglês para equipes de busca e salvamento, além de questões específicas na gestão da segurança de operações e controle de qualidade nos serviços de informações aeronáuticas.


 
 

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Estudo do PSDB desmascara sua CPI

 
 

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via Luis Nassif by luisnassif on 6/12/09

Como se monta ou se prorroga uma CPI? Conta-se uma inverdade, cria-se a marola, depois pouco importa se o fato relatado era mentiroso.

Exemplo 1 - O relatório com conclusões falsas que a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) passou para a revista Veja, sobre suposta escuta ambiental no órgão. Era falso. Resultou na prorrogação da CPI do Grampo. Tempos depois, na entrevista concedida à UOL, Gilmar Mendes candidamente admitiu que os dados poderiam ser furados, mas eram "verossímeis". Em qualquer país com mídia séria, seria um escândalo.

Exemplo 2 - A operação contábil da Petrobras, visando reduzir o pagamento de impostos quando a crise interrompeu a liquidez do sistema financeiro.

Escrevi na época que era bobagem, que toda grande empresa recorre à engenharia fiscal, que a medida tinha fundamentação jurídica, mesmo podendo ser questionada pela Receita.

Hoje, no Valor, matéria de César Felício: "Manobra contábil da Petrobras é usada por grandes empresas, sugere estudo".

Que estudo é esse? Preparado por José Roberto Afonso, consultor do PSDB para assuntos fiscais e tributários, um dos pais da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Diz a matéria:

Estopim para a criação de uma CPI no Senado, a manobra contábil da Petrobras, que deixou de recolher três meses de contribuições, reforçando seu caixa em R$ 4 bilhões este ano, pode ter sido seguida pela maioria dos grandes contribuintes do País. Um estudo preparado pelo economista José Roberto Afonso, consultor do PSDB, com base em dados coletados no gabinete do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que tem acesso ao Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), detalha a queda na arrecadação tributária federal no primeiro quadrimestre deste ano, que é desproporcional à redução do PIB . Enquanto o Produto Interno Bruto teve uma redução de 1,8% no primeiro trimestre de 2009, em comparação com o mesmo período no ano passado, as receitas federais tiveram uma redução de 7,2% de janeiro a abril, percentual que sobe a 8,7%, caso se retirem as receitas previdenciárias. Em termos absolutos, houve uma perda de R$ 11 bilhões.

(…) Um sinal neste sentido é a retração maior na arrecadação do IRPJ pelo lucro real, regime de recolhimento das grandes companhias. Enquanto o IR do lucro real caiu 19% até abril, a arrecadação do imposto pelo lucro presumido, regime das pequenas e médias empresas, cresceu 4,6% no mesmo período. "Uma hipótese para explicar o resultado é que grandes contribuintes estejam deixando de recolher para ter mais acesso a crédito, com mecanismos de compensação tributária", observa o texto. Entre os pequenos e médios contribuintes o desempenho é diverso em função do menor acesso a ferramentas de compensação tributária.

(…) Os dados mostram que, mesmo depois da Petrobras encerrar a sua compensação tributária e voltar a recolher as contribuições em abril, a arrecadação federal acelerou a queda: de retração de 4,4% em março para 8,8% em abril, quando comparada com igual mês no ano anterior, o que pode ser um indicativo de que os mecanismos de compensação tributária foram seguidos por outras grandes empresas.

(…) O estudo mostra ainda outro sinal de queda desproporcional da arrecadação, ao abordar as instituições financeiras. A redução no primeiro quadrimestre da estimativa mensal do lucro no IRPJ deste setor foi de 28%.

Ou seja, o PSDB sabe que a denúncia é um factóide, sabe que traz intranquilidade para o país em um momento de esforço nacional para superar a crise, sabe que lança suspeitas sobre o partido, de que os interesses em jogo são a regulamentação do pré-sal, mas segue em frente.


 
 

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quarta-feira, 10 de junho de 2009

Gestão boa funciona assim....

Entenda como Serra e Kassab tratam os contribuintes....


terça-feira, 9 de junho de 2009

O Blog da Petrobrás e o avanço do jornalismo

Viva o discernimento do nassif

 
 

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via Luis Nassif by luisnassif on 6/9/09

De todas as manifestações contra o Blog da Petrobras, a única digna de discussão é a do Sérgio Léo, do Valor.

Sérgio alega que jornalistas trabalham com matérias exclusivas. Ao divulgar as perguntas e respostas, antes da publicação da matéria, a Petrobras permite que outros jornais se apropriem das pautas originais.

Há problemas de enfoque nessa questão. O receio de Sérgio Léo é em relação à presumível falta de ética dos colegas. Mas a saída não é por aí.  Entrevistas por emails servem para completar análises e informações. Ou seja, são uma peça apenas em um quebra-cabeças.

Fica claro também que a publicação das respostas se destina às pautas onde haja evidências fortes de risco de manipulação.

Além disso, a publicação das respostas no Blog da Petrobras funciona como um certificado de cartório. Significa que aquele tema, com aquelas respostas, têm dono. Se algum jornal ou jornalista ousar se apropriar de pautas de terceiros, será crucificado pela opinião pública e pelos próprios colegas.

Finalmente, o questionamento posterior da Petrobras às matérias obrigará inevitavelmente a um aprimoramento da cobertura. Aí, a discussão fica técnica. Se um jornal tratar adequadamente a informação, e o Blog da Petrobras ousar questioná-lo com falsas questões, corre o risco de se desmoralizar. Se os questionamentos forem pertinentes, quem se desmoraliza é o jornalista e o jornal.

Qual a resultante desse embate? Aprimoramento do jornalismo e da qualidade da informação, o que levará os jornais – muito mais por necessidade que por princípio – a melhorarem o jornalismo que praticam e a empresa a melhorar o grau de transparência das suas informações, à medida que esse modelo a amarrará ao compromisso de não deixar perguntas sem respostas.

Hoje em dia, não há transparência na forma como são tratadas as notícias, especialmente aquelas com viés partidário. O jornalista detém uma informação e se julga no direito de dar o tratamento que bem entender, o enfoque que desejar, selecionar as informações que melhor se adequem à sua tese. A possibilidade do leitor ter acesso a todas as informações fornecidas é um ganho excepcional no direito constitucional de ser bem informado.


 
 

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PIB cai menos que o esperado

Do blog do nassif

 
 

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via Luis Nassif by luisnassif on 6/9/09

Do IBGE

PIB tem redução de 0,8% no 1º trimestre de 2009, em relação ao 4º trimestre de 2008 na série com ajuste sazonal

Ainda na comparação do primeiro trimestre de 2009 com o último de 2008, na série com ajuste sazonal1, a maior redução ocorreu na indústria (-3,1%), seguida pela agropecuária (-0,5%), enquanto os serviços apresentaram elevação de 0,8%.

Em relação ao primeiro trimestre de 2008, o PIB teve queda de 1,8%. O valor adicionado a preços básicos reduziu-se 1,5%; e os impostos sobre produtos apresentaram retração de 3,3%.

Na taxa acumulada nos quatro trimestres terminados em março, o crescimento do PIB foi de 3,1% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores.

O Produto Interno Bruto a preços de mercado chegou a R$ 684,6 bilhões no primeiro trimestre deste ano, sendo R$ 584,6 bilhões referentes ao valor adicionado a preços básicos e R$ 100,0 bilhões aos impostos sobre produtos.

Em relação aos componentes da demanda interna, as despesas de consumo das famílias tiveram crescimento de 0,7% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o quarto trimestre de 2008, após variação negativa de 1,8% no trimestre anterior. A despesa de consumo da administração pública variou 0,6%. Já a formação bruta de capital fixo (FBCF, o mesmo que investimento) caiu 12,6% no primeiro trimestre de 2009, a maior redução desde o início da série nessa base de comparação (1996).

Pelo lado do setor externo, tanto as exportações de bens e serviços (-16,0%) como as importações de bens e serviços (-16,8%) apresentaram quedas em relação ao último trimestre de 2008.

Em relação ao 1º trimestre de 2008, só serviços têm desempenho positivo

O PIB apresentou queda de 1,8% no primeiro trimestre de 2009, em relação a igual período de 2008. O valor adicionado a preços básicos teve uma redução de 1,5%; e os impostos sobre produtos, uma retração de 3,3%, esta última principalmente devido à queda da indústria, em especial da indústria da transformação, e à diminuição do volume das importações.

Em relação ao valor adicionado, os serviços tiveram o melhor desempenho, com um crescimento de 1,7% em relação ao primeiro trimestre de 2008. Já o valor adicionado da indústria caiu 9,3%, enquanto o da agropecuária teve redução de 1,6%.

A taxa da agropecuária pode ser, em grande parte, explicada pelo desempenho de alguns produtos que apresentam safra relevante no primeiro trimestre2. Com exceção do arroz, com estimativa de crescimento anual de 6,2% na quantidade produzida, todos os outros apresentaram uma variação negativa na estimativa de produção em 2009, comparada à do ano anterior. Foi o caso, por exemplo, do algodão (-19,7%), do milho (-13,2%), da soja (-3,9%) e do fumo (-1,2%).

Na indústria, todos os subsetores apresentaram taxas negativas. A principal queda foi na indústria de transformação (-12,6%), a maior da série (desde 1996) nessa base de comparação, influenciada principalmente, pela redução na produção de máquinas e equipamentos, metalurgia, veículos automotores, mobiliário, vestuário e calçados. Também houve retração de 9,8% no valor adicionado da construção civil, seguida por eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (-4,2%) e extrativa mineral (-1,1%). Neste último subsetor, apesar de a extração de minérios ferrosos ter apresentado queda de 38,1% no primeiro trimestre, a extração de petróleo e gás natural aumentou 6,5%.

Entre os serviços, as variações positivas foram as seguintes: outros serviços (7,0%), intermediação financeira e seguros (5,8%); serviços de informação (5,4%), administração, saúde e educação pública (3,1%) e serviços imobiliários e aluguel (1,6%). São classificados como outros serviços, além daqueles prestados às empresas, os prestados às famílias, saúde e educação mercantil, serviços de alojamento e alimentação, serviços associativos, serviços domésticos e de manutenção e reparação. O crescimento dos serviços de informação deveu-se, principalmente, aos desempenhos da telefonia móvel e dos serviços de informática. O comércio (atacadista e varejista) teve taxa negativa de 6,0%, e os serviços de transporte, armazenagem e correio, retração de 5,6% - ambos influenciados pelo resultado da indústria.

Despesas de consumo das famílias e da administração pública crescem, e FBCF cai

Dentre os componentes da demanda interna, a despesa de consumo das famílias alcançou taxa positiva de 1,3%, 22º crescimento consecutivo nessa comparação, mas desacelerando em relação ao quarto trimestre de 2008 (2,2%). Um dos fatores que contribuíram para esse resultado foi o comportamento da massa salarial real, que, após crescer 7,6% no quarto trimestre de 2008, teve um aumento menor (5,2%) no primeiro trimestre de 2009. Além disso, houve uma redução no crescimento, em termos nominais, do saldo de operações de crédito do sistema financeiro com recursos livres para as pessoas físicas (de 25,8% no quarto trimestre de 2008 para 22,1% no primeiro trimestre de 2009).

A despesa de consumo da administração pública variou 2,7% na comparação com o primeiro trimestre de 2008, enquanto a formação bruta de capital fixo (FBCF) registrou decréscimo de 14,0%, explicado, principalmente, pela redução da produção interna de máquinas e equipamentos. A variação negativa da construção civil também contribui para o desempenho da FBCF. Além disso, a média da taxa de juros efetiva Selic no primeiro trimestre de 2009 (12,5% a.a.) superou a do primeiro trimestre de 2008 (11,2% a.a.).

Pelo lado da demanda externa, as exportações de bens e serviços caíram 15,2% em relação ao primeiro trimestre de 2008. As importações de bens e serviços também apresentaram uma redução, da ordem de 16,0%, o primeiro declínio desde o terceiro trimestre de 2003 (-5,3%). Os produtos da pauta de importação que mais contribuíram para esse resultado foram material eletrônico, material elétrico, outros produtos do refino, peças e acessórios para veículos automotores e químicos diversos.

No acumulado em quatro trimestres, todos os setores têm resultados positivos

O gráfico a seguir apresenta as taxas de crescimento acumuladas nos últimos quatro trimestres para o PIB, a partir do primeiro trimestre de 1996. Após o vale do segundo trimestre de 2006, quando a taxa atingiu 3,0%, houve uma aceleração, atingindo 5,7% no quarto trimestre de 2007 e 6,3% no terceiro trimestre de 2008, e o recuo para 3,1% no primeiro trimestre de 2009. Esta última taxa resultou da elevação de 2,9% do valor adicionado a preços básicos e do aumento de 4,3% nos impostos sobre produtos.

Nesse tipo de comparação, o desempenho é positivo nos três setores da economia: agropecuária (4,3%), serviços (3,9%) e indústria (0,4%). Dentre os subsetores industriais, destaca-se a construção civil (3,4%), seguida pela extrativa mineral (3,1%) e a eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (2,1%). Por outro lado, a indústria de transformação registrou redução de 1,5%.

As maiores elevações nos serviços foram nos serviços de informação (8,2%); intermediação financeira e seguros (7,3%); e outros serviços (5,4%). Também cresceram administração pública, educação pública e saúde pública (2,7%); comércio (2,6%); serviços imobiliários e aluguel (2,5%) e, em menor magnitude, transporte, armazenagem e correio (0,8%).

Na análise da demanda, a despesa de consumo das famílias cresceu 4,1%, favorecida pelo aumento da massa salarial real e pela maior oferta de crédito para as pessoas físicas. A formação bruta de capital fixo variou 6,3% (20º crescimento consecutivo nessa comparação); e a despesa de consumo da administração pública teve taxa positiva de 4,7%. As exportações decresceram 3,5%, e as importações aumentaram 9,6%.

Em valores correntes, PIB do 1º trimestre fica em R$ 684,6 bilhões

O PIB a preços de mercado alcançou, no primeiro trimestre de 2009, R$ 684,6 bilhões, sendo R$ 584,6 bilhões referentes ao valor adicionado a preços básicos e R$ 100,0 bilhões aos impostos sobre produtos.

A agropecuária registrou R$ 41,2 bilhões; a indústria, R$ 142,8 bilhões; e os serviços, R$ 400,6 bilhões. Entre os componentes da demanda, a despesa de consumo das famílias totalizou R$ 444,0 bilhões; a despesa de consumo do governo, R$ 153,3 bilhões; e a formação bruta de capital fixo, R$ 113,8 bilhões.

A balança de bens e serviços ficou deficitária em R$ 4,1 bilhões; e a variação de estoques foi negativa em R$ 22,3 bilhões.

A taxa de investimento no primeiro trimestre de 2009 foi de 16,6% do PIB, inferior à do mesmo período do ano anterior (18,4%). Essa redução foi influenciada, principalmente, pela redução em volume da formação bruta de capital fixo no trimestre (-14,0%). A taxa de poupança alcançou 11,1% do PIB, a menor taxa da série iniciada em 2000.

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1A séries são sazonalmente ajustadas de maneira direta, ou seja, as séries são ajustadas individualmente.

2Segundo o LSPA (Levantamento Sistemático da Produção Agrícola), de maio.


 
 

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