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O dia de ontem, para José Sarney, terminou com a predominância do pânico do "dia seguinte", se abatendo sobre o Senado - conforme antecipei em um dos comentários de ontem.
A lógica está se impondo sobre o proselitismo:
1. Todos os senadores pecaram. A crise é do Senado, não especificamente de Sarney.
2. A campanha contra Sarney é conduzida por personagens tão ruins ou piores que o próprio Sarney.
3. O festival Arthur Virgilio de moralismo bizarro acabou beneficiando Sarney, conforme antecipei ontem. Nem o apoio indecente que lhe foi dado pela mídia - que continuou tratando-o como vestal, aceitando acriticamente a cena ridícula da autocrítica - resolveu sua situação: ficou de calças arriadas perante toda a plateia política.
4. As trapalhadas de Virgilio reforçaram, para a Casa, a sensação de que a queda de Sarney custará caro para todos - aliados e verdugos -, pois desencadeará um festival de denúncias em cima de práticas usuais, moralmente condenáveis, mas às quais todos incorreram - até a filha do principal líder da oposição, ou não?
5. Mesmo com todo o empenho da mídia em fulanizar as denúncias em cima de Sarney, o óbvio está escapulindo por todos os poros do tecido midiático, puxado especialmente por blogs e Twitter: o pecado é de todo, decorre de falta de definição de regras claras, a saída de Sarney não resolve o problema e quem vier estará de cara estitgmatizado porque - como diria o malandro - não sobre um meu irmão.
É interessante um balanço dos analistas da Folha sobre o tema (clique aqui):
1. Clóvis Rossi faz uma análise moralista e indignada. O mesmo de sempre. Poderia explicar a razão da grande paixão da Folha por Sarney esses anos todos, a ponto de ter se convertido no seu mais antigo colaborador da página 2.
2. Jânio de Freitas bota o dedo na ferida: "A CONCENTRAÇÃO sobre José Sarney das más responsabilidades no Senado, acompanhada das pressões para forçar seu afastamento da presidência, tem mais indícios suspeitos do que evidências de propósitos sérios -com exceção de raros senadores de que Pedro Simon é exemplo reconhecido.
3. A Eliana Cantanhede faz um batidão incompreensível. Diz que, no desespero, Sarney deu um rito pela culatra, ao afirmar que era alvo da campanha midiátia só por ser aliado do governo. Esse rompante é que teria levado o DEM a pular fora do apoio. Tá bom, Eliana, o pessoal do DEM é sensível e age movido pela emoção. Diz que começou a escolha do sucessor do Sanry e depois mostra o dia seguinte: será alvo de ataques, porque não existem santos; a crise vai continuar; e fornece um perfil de sucessor que não existe. Ou seja, mostra que a alternativa é impossível na mesma análise em que dá Sarney como favas contadas. Cadê o tiro pela culatra?
4. Kennedy Alencar traz uma análise mais consistente, reforçando a ideia da falta de alternativa, da síndrome do dia seguinte e da fulanização da crise, que continuaria com ou sem Sarney.
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