terça-feira, 22 de dezembro de 2009

A crise que o governo evitou...

A crise que o governo evitou

Autor(es): VINICIUS TORRES FREIRE
Folha de S. Paulo - 22/12/2009

Para Itaú Unibanco, PIB teria caído 3% sem gasto público extra, redução de impostos, crédito estatal e ação do BC

A RECESSÃO no Brasil teria sido muito maior caso o governo não tivesse adotado medidas de estímulo. Isso agora é mais do que óbvio. Quão maior? Nas contas dos economistas do Itaú Unibanco, o PIB de 2009 teria vindo a encolher 3,2%, em vez de apenas estagnar, "crescer zero". Os economistas fizeram a previsão de um futuro que não aconteceu -um exercício "contrafactual". Isto é, dadas certas teorias, premissas e pressupostos sobre o funcionamento recente da economia, procura-se estimar o que poderia ter sido, mas não foi.
Para prever esse futuro virtual, os economistas estimaram que o Banco Central teria começado a reduzir juros apenas no segundo trimestre deste ano, de "modo gradual", dizem. Hipergradual, deve-se dizer, pois o BC começou a reduzir juros apenas em janeiro deste ano. Quando a economia mundial já afundava, o BC vinha numa campanha que levaria os juros a 13,75% dias antes da grande semana de quebradeira de bancos nos EUA, em meados de setembro de 2008. Segundo o Itaú Unibanco, os cortes de juros contribuíram para evitar queda adicional de 0,8 ponto percentual do PIB.
O exercício levou em conta apenas o IPI sobre veículos -considerou-se que não teria havido redução da alíquota vigente em setembro de 2008. Supôs-se que os gastos do governo, as transferências sociais (INSS, Bolsa Família etc.) e os empréstimos do BNDES cresceriam apenas no ritmo médio dos trimestres antecedentes.
No modelo, a fatia de mercado de Banco do Brasil e CEF foi a verificada antes de setembro de 2008. Note-se que, até meados do ano, os bancos estatais eram responsáveis por 80% do aumento do estoque de crédito.
As medidas fiscais e o aumento do crédito oriundo de instituições públicas contribuíram para evitar uma baixa adicional de 2,1 pontos percentuais do PIB.
Exercícios contrafactuais padecem dos problemas sabidos de qualquer estimativa. Mas a vida é assim mesmo, e é melhor fazer previsões do que caminhar no escuro. Mais relevante para a discussão é que a ocorrência simultânea de certos fatos é muito improvável (os economistas sabem disso, óbvio). Mesmo com o nosso BC conservador, os juros não ficariam na lua se o desemprego explodisse, a produção despencasse e os gastos do governo não crescessem. É provável que os juros caíssem mais rápido e para um nível mais baixo do que o atual. Para um nível quão mais baixo? Teriam um efeito tão imediato como o aumento de gastos e crédito estatal?
Não se trata apenas de questões de futurologia do pretérito. As políticas monetária (juros, BC) e fiscal (gastos, Fazenda) são descoordenadas. O governo gasta demais, por costume. Na crise, gastou ainda mais também porque desconfiava do conservadorismo do BC. O BC desconfia do governo perdulário, e assim torna-se mais conservador. O problema vai além disso, claro, mas a crise serviu para ilustrar outra vez como nossa política econômica é bifronte.
Enfim, o resumo da ópera da equipe do Itaú Unibanco é "valeu a força", mas chegou o momento de tirar o excesso de estímulo, dado o risco de inflação (em 2011). Parece óbvio. Mas, a fazê-lo, o mais racional é pisar mais fundo no freio dos gastos do que no breque dos juros.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Resposta de Reinaldo Azevedo a meu Post

Ele respondeu à parte relacionada ao ìndice de Gini:

Claudio Santos disse:

Indice de Gini: 2001 a 2007 –> http://imgur.com/Kwj3z.jpg
Indice de Gini: 1994 a 2001 –> http://imgur.com/b8IjC.jpg

REINADO AZEVEDO
Distribuição de renda e desigualdade são coisas… desiguais!!! Na tribo yanomami, a igualdade é, bem, total… Mas acho que você prefere a desigualdade. Ou não?

Clique Aqui




Desconstruindo a lavagem cerebral de Reinaldo Azevedo, conhecido como "Tio Rei"

Ele afirma que é uma mentira a afirmação de que a distribuição de renda iniciou-se no governo lula.


Fui analisar alguns dados no site do IPEA - Instituto de pesquisas economicas aplicadas........

O Índice de Gini

Comentário: Mede o grau de desigualdade existente na distribuição de indivíduos segundo a renda domiciliar per capita. Seu valor varia de 0, quando não há desigualdade (a renda de todos os indivíduos tem o mesmo valor), a 1, quando a desigualdade é máxima (apenas um indivíduo detém toda a renda da sociedade e a renda de todos os outros indivíduos é nula).

Período FHC:



Período Lula:

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Reinaldo Azevedo afirma em seu Blog que houve queda de desigualdade no governo FHC, os dados desmentem-no

Vamos a mais alguns dados...


Pobreza - domicilios pobres

Comentário: Proporção dos domicilios com renda domiciliar per capita inferior a linha de pobreza.


Período FHC:
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Período Lula:
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Vou tentar aprofundar estas questões ao longo do tempo....

sábado, 5 de dezembro de 2009

Entenda como funciona o pensamento brasileiro amestrado e a midia

IDELBER AVELAR E OS "ESPECIALISTAS"

Atualizado e Publicado em 05 de dezembro de 2009 às 15:36

Quarta-Feira, 2 de Dezembro de 2009 às 16:26hs]

Acadêmicos amestrados

por Idelber Avelar, na Fórum 

Se um marciano aterrissasse hoje no Brasil e se informasse pela Rede Globo e pelos três jornalões, seria difícil que nosso extra-terrestre escapasse da conclusão de que o maior filósofo brasileiro se chama Roberto Romano; que nosso grande cientista político é Bolívar Lamounier; que Marco Antonio Villa é o cume da historiografia nacional; que nossa maior antropóloga é Yvonne Maggie, e que o maior especialista em relações raciais é Demétrio Magnoli. Trata-se de outro monólogo que a mídia nos impõe com graus inauditos de desfaçatez: a mitologia do especialista convocado para validar as posições da própria mídia. Curiosamente, são sempre os mesmos. 
 
 Se você for acadêmico e quiser espaço na mídia brasileira, o processo é simples. Basta lançar-se numa cruzada contra as cotas raciais, escrever platitudes demonstrando que o racismo no Brasil não existe, construir sofismas que concluam que a política externa do Itamaraty é um desastre, armar gráficos pseudocientíficos provando que o Bolsa Família inibe a geração de empregos. Estará garantido o espaço, ainda que, como acadêmico, o seu histórico na disciplina seja bastante modesto. 
 
 Mesmo pessoas bem informadas pensaram, durante os anos 90, que o elogio ao neoliberalismo, à contenção do gasto público e à sanha privatizadora era uma unanimidade entre os economistas. Na economia, ao contrário das outras disciplinas, a mídia possuía um leque mais amplo de especialistas para avalizar sua ideologia. A força da voz dos especialistas foi considerável e criou um efeito de manada. Eles falavam em nome da racionalidade, da verdade científica, da inexorável matemática. A verdade, evidentemente, é que essa unanimidade jamais existiu. De Maria da Conceição Tavares a Joseph Stiglitz, uma série de economistas com obra reconhecida no mundo apontou o beco sem saída das políticas de liquidação do patrimônio público. Chris Harman, economista britânico de formação marxista, previu o atual colapso do mercado financeiro na época em que os especialistas da mídia repetiam a mesma fórmula neoliberal e pontificavam sobre a "morte de Marx". Foi ridicularizado como dinossauro e até hoje não ouviu qualquer pedido de desculpas dos papagaios da cantilena do FMI. 
 
 Há uma razão pela qual não uso aspas na palavra especialistas ou nos títulos dos acadêmicos amestrados da mídia. Villa é historiador mesmo, Maggie é antropóloga de verdade, o título de filósofo de Roberto Romano foi conquistado com méritos. Não acho válido usar com eles a desqualificação que eles usam com os demais. No entanto, o fato indiscutível é que eles não são, nem de longe, os cumes das suas respectivas disciplinas no Brasil. Sua visibilidade foi conquistada a partir da própria mídia. Não é um reflexo de reconhecimento conquistado antes na universidade, a partir do qual os meios de comunicação os teriam buscado para opinar como autoridades. É um uso desonesto, feito pela mídia, da autoridade do diploma, convocado para validar uma opinião definida a priori. É lamentável que um acadêmico, cujo primeiro compromisso deveria ser com a busca da verdade, se preste a esse jogo. O prêmio é a visibilidade que a mídia pode emprestar – cada vez menor, diga-se de passagem. O preço é altíssimo: a perda da credibilidade. 
 
 O Brasil possui filósofos reconhecidos mundialmente, mas Roberto Romano não é um deles. Visite, em qualquer país, um colóquio sobre a obra de Espinosa, pensador singular do século XVII. É impensável que alguém ali não conheça Marilena Chauí, saudada nos quatro cantos do planeta pelo seu A Nervura do Real, obra de 941 páginas, acompanhada de outras 240 páginas de notas, que revoluciona a compreensão de Espinosa como filósofo da potência e da liberdade. Uma vez, num congresso, apresentei a um filósofo holandês uma seleção das coisas ditas sobre Marilena na mídia brasileira, especialmente na revista Veja. Tive que mostrar arquivos pdf para que o colega não me acusasse de mentiroso. Ele não conseguia entender como uma especialista desse quilate, admirada em todo o mundo, pudesse ser chamada de "vagabunda" pela revista semanal de maior circulação no seu próprio país.
 
 Enquanto isso, Roberto Romano é apresentado como "o filósofo" pelo jornal O Globo, ao qual dá entrevistas em que acusa o blog da Petrobras de "terrorismo de Estado". Terrorismo de Estado! Um blog! Está lá: O Globo, 10 de junho de 2009. Na época, matutei cá com meus botões: o que pensará uma vítima de terrorismo de Estado real – por exemplo, uma família palestina expulsa de seu lar, com o filho espancado por soldados israelenses – se lhe disséssemos que um filósofo qualifica como "terrorismo de Estado" a inauguração de um blog em que uma empresa pública reproduz as entrevistas com ela feitas pela mídia? É a esse triste papel que se prestam os acadêmicos amestrados, em troca de algumas migalhas de visibilidade. 
 
 A lambança mais patética aconteceu recentemente. Em artigo na Folha de São Paulo, Marco Antonio Villa qualificava a política externa do Itamaraty de "trapalhadas" e chamava Celso Amorim de "líder estudantil" e "cavalo de troia de bufões latino-americanos". Poucos dias depois, a respeitadíssima revista Foreign Policy – que não tem nada de esquerdista – apresentava o que era, segundo ela, a chave do sucesso da política externa do governo Lula: Celso Amorim, o "melhor chanceler do mundo", nas palavras da própria revista. Nenhum contraponto a Villa jamais foi publicado pela Folha.
 
 Poucos países possuem um acervo acadêmico tão qualificado sobre relações raciais como o Brasil. Na mídia, os "especialistas" sobre isso – agora sim, com aspas – são Yvonne Maggie, antropóloga que depois de um único livro decidiu fazer uma carreira baseada exclusivamente no combate às cotas, e Demétrio Magnoli, o inacreditável geógrafo que, a partir da inexistência biológica das raças, conclui que o racismo deve ser algum tipo de miragem que só existe na cabeça dos negros e dos petistas. 
 
 Por isso, caro leitor, ao ver algum veículo de mídia apresentar um especialista, não deixe de fazer as perguntas indispensáveis: quem é ele? Qual é o seu cacife na disciplina? Por que está ali? Quais serão os outros pontos de vista existentes na mesma disciplina? Quantas vezes esses pontos de vista foram contemplados pelo mesmo veículo? No caso da mídia brasileira, as respostas a essas perguntas são verdadeiras vergonhas nacionais. 
 
 Essa matéria é parte integrante da edição impressa da Fórum de novembro. Nas bancas.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Google Lança seu serviço de DNS Público

O DNS é serviço que te direciona para as páginas de internet.

Todos os sites são endereços numéricos:
Bastter.com é 200.234.213.148

Você não tem que digitar estes números no teu Internet explorer, Firefox ou Chrome porque o Serviço DNS traduz o endereço numerico para bastter.com

Muitos Problemas de lentidão ou perda de acesso a sites na internet são derivados de problemas com os servidores de nossos provedores de internet responsáveis por este serviço.

O Google fornece uma alternativa, você pode trocar na sua configuração conforme instruções do site que linkei.

Muitas vezes já aconteceu de eu perder acesso a internet em hotéis pelo mundo e na verdade o problema era só no serviço dns do provedor local.

Você sempre pode trocar esta configuração e voltar a original a qualquer momento.


Instruções: Clique Aqui